A Patti Smith do Norte de África. É assim que Hindi Zahra
está a ser promovida em todo o mundo (vem a Sintra dia 17). Trata-se,
obviamente, de um daqueles equívocos de se lhe tirar o chapéu. A ideia foi de
um crítico do Guardian, que assistiu
a um espectáculo há uns meses atrás. Agora, ouvido o primeiro disco, fica-se
com uma certeza – um dos dois estava com uma pedrada monumental.
Hindi Zahra poderia ser uma daquelas miúdas dos Nouvelle
Vague que enveredam por uma carreira a solo. Canções lânguidas, com um swing tipo lounge, neste caso ornamentadas de especiarias árabes.
Nascida em Marrocos e criada entre Paris e Londres, Hindi
explora ao máximo o filão: há traços de chanson
(“Beautiful Tango”), de blues (“At The Same Time”), de música berbere
(“Ousoul”) e até, porque não?, de flamenco ou até de bossa nova. E há canções
como “Fascination” que podem fazer o seu caminho e vencer o desafio da
intemporalidade.